A saga da Dani: Da profissão tradicional para a vida de bicho grilo.

A última vez que passei por aqui foi para avisar aos amiguinhos que eu estava definitivamente jogando a toalha do mundo jurídico.

Ao contrário da forma como ajo normalmente, eu não disse qual caminho eu seguiria, primeiro porque ainda nem sabia e, segundo, porque achei melhor assentar a ideia na minha cabeça.

Três semanas, alguns cursos e muitas conversas depois, me sinto mais confiante para jogar definitivamente no Universo os meus próximos passinhos, principalmente porque vocês amiguinhos, serão muito importantes nessa minha saída a esquerda (só pela polêmica rsrs).

Como a maioria me sugeriu não serei nem blogueira e nem jornalista. Deus me live de ter que vender minha alma para jornais tendenciosos e continuar no meio de tanta notícia ruim. Eu tinha a certeza de que não queria trabalhar com burocracia NENHUMA.

Durante toda a minha caminhada de vida, que ainda é pequena, eu sei, sempre fui ligada nos movimentos sociais. Sempre defendi minorias. Sempre busquei a justiça social. E sempre fui minimamente antenada com os assuntos ambientais, ou pensava que era. Eu me preocupava em apagar as lâmpadas ao sair de um cômodo, ou em tomar um banho rápido para evitar desperdício de água e achava que estava abafando.

Quando eu voltei a pesquisar mais a fundo sobre diversos assuntos, me choquei no quanto somos alienados e em quanto ainda precisamos aprender, para de fato, conseguirmos viver num mundo sustentável.

Numa época em que temos tudo a mão facilitado pelo avanço da tecnologia, fazer pequenas concessões ambientais em nossa rotina, não é uma das tarefas mais fáceis. Você vai ouvir todas as justificativas possíveis e, principalmente a mais padrão : eu não tenho tempo, minha vida é muito corrida.

Eu diria que somos a geração do desperdício. Não sei como era antigamente, mas acho que se fosse pior do que hoje, com certeza o mundo não teria resistido a tanto tempo. Consegui fazer várias mudanças na rotina lá de casa. Quem conversou com a gente nos últimos tempos, sabe que até convencer o marido a não comer carne durante a semana eu consegui, e mais algumas vitórias.

A minha maior descoberta e o maior desafio, com certeza foi o meu banheiro. Vocês já pararam para avaliar o quanto de plástico tem em nossas pias? São inúmeros produtos de beleza, creme dental, shampoo, condicionador, perfume, cremes, sabonetes. Todos em embalagens plásticas sem nenhum programa de reciclagem, todos lotados de parabenos, produtos sintéticos, derivados de petróleo, entre outros, que serve para poluir o lençol freático quando tudo aquilo escorre pelo ralo,  matar os peixes sufocados ( no caso de sabonetes esfoliantes produzidos com aquelas bolhinhas de micro plastico) e, o pior: PIORAR NOSSA PELE, NOSSO CABELO, NOSSOS DENTES.Mas eu não compro tudo aquilo pra ficar gatinha? Poisé, senta para chorar aqui comigo também.

Ou seja, uma atitude minha que parecia ser inofensiva e que eu repito pelo menos uma vez por dia ( e eu espero que vocês também), causava um mal tremedo ao mundo, e eu não fazia ideia de nada disso porque essas informações não são propagadas como deveriam, simplesmente não interessa a grande indústria que a gente fique sabendo disso ( imaginem eu jornalista..rsrs).

Devo dizer que hoje eu julgo as pessoas pela quantidade de mudanças sustentáveis que ela está disposta a fazer na vida dela. Um papo espiritualizado, de elevação de alma, de desejo de um mundo menos violento, deve vir com pequenas ações do nosso dia a dia, caso contrário, são meras palavras que se perdem no vento assim que proferidas.

Mudar o mundo começando pelo nosso quintal dá trabalho, porque não podemos terceirizar a culpa. A gente precisa sair da nossa zona de conforto e fazer pequenas mudanças que no início parecerão grandiosas, mas após a fase de adaptação, será como se tivesse sido sempre assim.

Você pode diminuir o uso do seu carro em pequenas distâncias. Você pode oferecer mais caronas. Pode levar suas próprias sacolas quando for ao mercado, pode comprar seus temperos a granel levando seus próprios potinhos. Pode fazer uma composteira na sua casa.Pode evitar o uso de canudos plásticos. Pode compartilhar mais suas coisas, ao invés de comprar produtos que usará apenas algumas vezes. Pode carregar sua garrafinha de água na bolsa. Pode verificar a procedência dos itens que você consome. Pode diminuir o consumo de carne. Pode dar preferência a pequenos produtores,agricultores, artesãos, etc. Pode preferir produtos naturais, sem base animal, sem poluentos químicos. Pode dar bom dia ao vizinho.

Tenho certeza que você pode fazer tudo listado aí em cima. Não é muito difícil, nem de outro mundo e causa um impacto tremendo. A consciência ambiental é pensar no coletivo. É pensar nos seus herdeiros. É querer que todos, sem exceção, tenham acesso a uma vida de qualidade. O resto amigos, é consequência.

Não vale querer um mundo melhor só para você. Ah, quero um mundo menos violento para que eu possa comprar coisas caros e não ser assaltado. Sinto lhe informar, que se você não quiser mudar algumas coisas na vida “não vai estar dando certo, Senhor”.

Enfim, tudo isso para dizer que eu resolvi assumir meu lado mais bicho grilo possível. Continuar a luta de uma outra forma, num trabalho de formiguinha de conscientização ambiental e consumo sustentável. Os meus primeiros produtos saíram do forno recentemente e estão sendo testados ainda. Começaremos com a produção de sabonetes e shampoo em barra, totalmente naturais, sem nenhuma base animal e com a menor produção de lixo. Nada de plástico que demora 500 anos para se decompor nas embalagens. Nada de sabonete com Ph altíssimo que mais resseca a sua pele do que ajuda, para que depois você precise passar mais uma soma de outros produtos que a indústria te vende. Tudo feito artesanalmente, com cuidade e carinho, pensando em mim e pensando em vocês.

E eu espero que vocês sejam os nosso primeiros e fiés consumidores. Que agora seja apenas o início de uma linda caminhada  =)

 

 

 

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